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9ª Edição – Imbolc 2009
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A partida do Rei Azevinho e a chegada do Rei Carvalho – Um mito de Yule
Em meio à temível escuridão do Inverno, a Deusa voltou Seus olhos para a Terra. Avistando a calma, inerte e peculiar beleza que repousava nas árvores sem folhas, na neve que cobria o solo e em Suas criaturas, agora reunidas em suas cavernas e casas para fugir do frio, resolveu descer ao Mundo para dar fim ao implacável período mortal que se estendia sobre todas as formas viventes.
Embora soubesse que o florescer e frutificar da Terra, bem como a gestação da nova Criança, haviam Lhe deixado cansada e que o tempo de escuridão fosse, então, mais do que necessário, a Senhora sabia que, acima de tudo, os Ciclos da Vida eram tão belos e poderosos quanto os Ciclos da Morte, e começavam a agitar-se nas profundezas do solo, lutando contra o inverno gelado para renascer. Ela sabia que era momento de retirar, finalmente, Seu manto branco que se estendia pelas florestas e vales, abrindo espaço para que estes pudessem tornar-se novamente verdes, pulsantes com energia vivente.
A noite era a mais longa e mais escura que já havia se visto. Movimentando-se com dificuldade devido aos avançados estágios de Sua gravidez, a Mãe de todas as coisas adentrou a floresta agora negra, buscando Aquele que comandava esta época do ano. Calmo, silencioso e taciturno, o Rei Azevinho esperava-A em meio às arvores nuas. Sua coroa de viçosas folhas verdes e os rubros frutos que a cobriam pareciam um tesouro em meio aos galhos secos espalhados por toda a parte, como se uma estranha magia os tivesse conferido o poder de sobreviver a estes difíceis tempos. Seus olhos eram firmes, Seus lábios cerrados pareciam esboçar um sorriso incompreensível, resistente, único. A Portadora da Vida sabia que seria difícil convencê-Lo a retirar-se. No entanto, ao sentir a Criança da Vida mover-se em Seu ventre, Ela tinha certeza: era chegado o momento.
Após uma breve saudação carregada de poder, a Deusa voltou Seus olhos para o Oeste, mostrando ao Deus Azevinho a direção que Ele deveria tomar. Não se podia ver nada além de um caminho tortuoso que terminava em escuridão. “Por que eu deveria ir?”, perguntou Ele. “Os tempos devem mudar”, respondeu a Deusa, “e aqueles que um dia governaram devem ceder lugar à nova vida, para que o equilíbrio no mundo seja restabelecido. Você sabe disso tão bem quanto Eu.”
O Deus contemplou a calma da floresta, num gesto que pareceu durar tanto quanto a nota de uma harpa ecoando em uma sala vazia. “Eu não posso ir”, disse Ele, “não agora. Você, Senhora, que vê além da tristeza, sabe que este é também um belo tempo. Repare no suave amor com que o gelo beija a Terra, e na esperança de Minhas verdes folhas, que mostram Minha soberania, exercida com direito e propriedade”.
A Deusa sorriu. Seus lábios pareciam compreender o Rei do Gelo, mas demonstrava
m uma sabedoria ainda maior do que a dele. Ela disse: “Belas são as Suas palavras, Meu filho e amigo. No entanto, não se esqueça: a Terra deixa-se beijar, mas pode envolvê-Lo no mais mortal e eterno dos abraços. E o que será de Suas verdes folhas quando a escuridão eterna roubar delas o brilho que as sustenta? Sem a ajuda da Criança que se prepara para tomar o Seu lugar, você não terá mais coroa, nem trono.”
“Criança! Minha Amada, Minha Mãe, Minha Senhora! Olhe para Mim; veja a sabedoria do tempo estampada em Minha Face, em Meus olhos, em Minha barba! Por que Eu, que sou o Senhor do Conhecimento, devo ser substituído por uma Criança?” – disse o Rei azevinho, gargalhando. “Que poder pode tão pequena e inocente criatura ter, que seja maior do que o Meu?”
Ela quase deixou levar-se pelas palavras do Senhor da Morte, mas sabia: Ele podia ser ousado o bastante para manipular palavras e tentar convencer a Ela, que O havia gerado; mas não havia palavras que pudessem convencer a Senhora de Todos os Ciclos a agir contra Sua própria natureza. Ela respondeu-Lhe da maneira mais coerente, e, portanto, mais verdadeira: “O Filho que espero pode ser agora pequeno, mas tem tanto poder quanto Você próprio, uma vez que ambos foram gerados em Meu condescendente ventre, e conhecem igualmente Meus Mistérios. Nós sabemos: Ele crescerá. Ele o faz até mesmo enquanto dialogamos, e torna-se cada vez mais próxima a hora de Seu nascimento. E à medida em que crescer, terá cada vez maior poder para degelar esta neve sob nossos pés. E então, eu vestirei Meu manto de beleza para saudá-Lo, para amá-Lo, de modo a restituir a vida e abundância a todas as Minhas Criaturas.”
“Eu não o vejo crescer”, disse o Rei do Inverno, estendendo Suas mãos para recolher alguns flocos de neve que caíam dos céus. “Vejo apenas neve, gelo, e frio. Vejo o Inverno.”
“Você mesmo disse que vejo além da tristeza. Pois bem, é verdade. Meus olhos vêem além da neve, e meus ouvidos escutam as árvores sussurrarem enquanto seus galhos se tocam. Preste atenção, Filho, repare no som dos carvalhos brotando sob a neve, tão lentamente, tão suavemente!” A Deusa apontou para baixo, e de Suas mãos pareceram surgir pequenas fagulhas, que desceram até o solo, abrindo espaço na neve e mostrando ao Deus os pequenos brotos quase invisíveis que cresciam sob o gelo. “Tudo vai, e tudo vem. Tudo morre, tudo renasce. Enquanto você reina, a vida lentamente caminha em sua direção, clamando por espaço. Até mesmo Eu, que sou a Senhora de Todas as Coisas, deixo a vida preencher-Me!” E colocando as mãos em Seu ventre pleno, a Deusa convenceu, enfim, o Rei do Inverno de que Morte e Vida pareciam ser opostas, mas eram irmãs, filhas Dela mesma, Senhora daquilo que é, foi e ainda será. “Receba comigo a Criança da Promessa, e recolha-se, Sábio Azevinho, pois chegará também o Seu momento de retornar.”
A Deusa deu alguns passos em direção ao Leste, e assim permaneceu por alguns instantes, de modo que o Rei Azevinho via apenas Suas costas. Subitamente, um clarão surgiu em frente à Deusa, que cantava. A Luz era tão forte que Ele teve que cerrar os olhos. A Senhora então voltou-se para Ele. Nos braços da Grande Mãe, havia um pequeno bebê, de onde vinha o brilho e a luz da Vida. Ele era tão belo, que fez o Rei Azevinho sorrir.
“A Criança da Promessa retornou”, disse a Mãe dos Deuses. “Vamos saudá-la, pois agora temos a certeza de que a vida se derramará novamente sobre a Terra. O Rei Carvalho deve agora governar. E você, Rei Azevinho, deve ir agora. Nós o agradecemos por ter protegido o mundo durante este período de escuridão, e desejamos harmonia em sua jornada rumo às terras além do Oeste. Nós cuidaremos de Seu Reino, e aguardaremos também o Seu retorno, quando for o momento do Rei Carvalho despedir-se para que a vida continue, assim como Você agora o faz. Tudo o que vai deve um dia retornar. Lembremo-nos sempre desta máxima sagrada.”
Com as palavras e as bênçãos da Senhora, o Rei Azevinho entregou sua coroa à floresta e partiu em direção aos caminhos do Oeste, de onde, como proferiu a Deusa, Ele um dia retornará. Mas isso é parte de outra história… por enquanto, saudemos o Rei Carvalho e abracemos, com vontade, a nova vida. Feliz Yule!
O mito do Rei Carvalho e do Rei azevinho é um dos mais tradicionais nas épocas de Litha e Yule. Enquanto em Litha, o Rei Carvalho é desafiado pelo Rei Azevinho, que chega para governar a metade fria e escura do ano, o contrário ocorre em Yule. A noite mais longa do ano nos lembra que a Luz retorna ao mundo. Os dias serão cada vez mais longos, e em breve o Sol voltará a nos aquecer e trazer a vida de volta à Terra.
Assim como o Rei Azevinho finalmente se convence de que a Criança da Promessa deve governar, deixemo-nos inspirar por este mito e celebrar nossa Criança interior. Vamos celebrar a vida, a esperança e a promessa de dias mais quentes, melhores, com mais amor e beleza. Sejam abençoados!
Lullu Saille é Alta Sacerdotisa da Tradição Diânica Nemorensis, atualmente mora na Alemanha com seu marido e sua filha a Princesa Sophie.
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YULE – Solstício do Inverno
21/dez H. N
21/Jun às 02h45min H. S
Yule é a noite mais longa do ano, nesse Sabbat nós bruxos reverenciamos o Deus renascido que governa a metade clara ano, a Deusa dá a luz ao Deus, que é homenageado como A Criança da Promessa.
Os costumes modernos que estão associados ao dia cristão do Natal, como o ato de colher ramos de visco (considerado pelos Druidas como mágico por possuir poderes de cura), o azevinho (que possui frutos vermelhos associados ao sangue menstrual da Deusa), as guirlandas são costumes pagãos que foram absorvidos pela Igreja Cristã, quando o Catolicismo começou a se estabelecer como religião predominante na Europa.
Até mesmo o maior símbolo do Natal cristão, a decoração da árvore, teve origem nos antigos costumes pagãos, onde as famílias traziam para dentro das casas uma linda e verde árvore, para que os Espíritos da Natureza tivessem um lugar aconchegante para passar o inverno, estes espíritos eram presenteados com os enfeites colocados nestas árvores e pedidos de força e esperança eram feitos.
Yule representa o retorno da luz, o retorno das esperanças, do calor e da fertilidade à Terra, celebrar o Yule é reafirmar a continuação da vida, pois o tempo é de reverenciar o Espírito da Terra, pedindo coragem para enfrentarmos os obstáculos e dificuldades que virão até a chegada da Primavera, é tempo de pedirmos aos Deuses que rejuvenesçam nossos corações e nos dêem forças para nos libertarmos das coisas antigas ou desgastadas.
Comidas: Bolos de Frutas, nozes, pães variados, vinho quente, uvas, maças e melões.
Cores: vermelho, verde, dourado e branco.
Deuses: O Deus como criança da Promessa e a Deusa como sua mãe.
Ervas: Azevinho, carvalho, visco, alecrim, urze, cedro, pinho, louro.
Pedras: Rubi, granada e olho de gato.
Erina Lyonesse é sacerdotisa da Tradição Diânica Nemorensis, professora de Geografia e Mitologia.
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Yule Log – Tronco de Yule
Em tempos pré-históricos, o inverno foi um momento muito difícil para o povo aborígine em latitudes do norte.As tribos tinham que viver de armazenagem de alimentos, animais e o que poderia pegar. Eles temiam que o Sol desaparecesse deixando-os em completa escuridão e frio. A necessidade de calor e de fogo trouxe a origem deste nosso costume, o Tronco de Yule.
Nesta noite mais longa do ano muitas são as histórias sobre queimar o tronco de Yule, nossos ancestrais acreditavam que com esse ato afastariam os maus espíritos. Com a evolução do tempo o Yule log se transformou em um grande símbolo do Sol s t í c io de inve rno, utilizando ingredientes propícios desta época encantamos nossa celebração com um lindo bolo em forma de tronco trazendo a tradição para nossa mesa.
Yule Log de chocolate…
Massa:
Ingredientes
6 ovos
3 xícaras de açúcar
3 xícaras de farinha de trigo peneiradas
1 xícara de leite fervendo
2 colheres de sopa de fermento em pó
Modo de preparo:
Bata as claras em neve até ficar bem consistente, acrescente as gemas uma a uma sem parar de bater. Ainda sem parar de bater coloque o açúcar e deixe bater até ficar branquinho. Desligue a batedeira, misture levemente com uma colher, a farinha peneirada.
Coloque o fermento no leite fervendo e despeje na massa então pode tornar a bater.
Asse em forno pré-aquecido por mais ou menos 40min em forma untada e enfarinhada.
Recheio:
Bater 4 gemas com 4 colheres(sopa) de açúcar, juntar 4 colheres(sopa) de nozes moídas e levar ao fogo, mexendo sempre, até aparecer o fundo da panela.
Cobertura:
400g de chocolate meio amargo
01 xícara (café) de mel
Modo de Preparo:
Leve em banho-maria o chocolate e o mel. Assim que o chocolate estiver derretido, retire do fogo e bata com colher de pau até consistência de creme.
Decore com cerejas e lascas de figo…
Feliz Yule, que o Yule log tragas doces bênçãos.
Ferris Noland é dedicado da Tradição Diânica Nemorensis, mora em Brasília e desenvolve um trabalho na área da gastronomia pagã que está conquistando adeptos em todo Brasil.
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Festa Junina – A vida purificada no fogo pagão
Já é do nosso conhecimento que muitas das festas e comemorações da cultura brasileira atual são baseadas no calendário e costumes cristãos. O que poucas pessoas sabem, é que muitas dessas festas e costumes celebrados e festejados são enraizados nas culturas pré-cristãs e recheadas de simbolismos, magia e espírito pagão. Sabendo isso, é possível relacionarmos as festas ditas cristãs, como a Páscoa, o Natal, o Dia de Finados e a Festa Junina, com as festas pagãs Ostara, Yule, Samhain e Litha respectivamente (com adaptações a roda norte/sul).
No Brasil uma das festas mais esperada e amplamente comemorada, é a Festa Junina. Sempre marcada pelas noites frias, ao contrário do que acontecia no hemisfério norte, no seu passado histórico.
Nos costumes brasileiros, as igrejas das cidades realizam quermesse com muitas atrações para recolher lucros em troca de algumas prendas. Não é difícil reconhecer que tal costume, pouco tem de religioso, e lhe sobra em interesses comerciais. Porém, não podemos negar que também somos passíveis de gostar de alguns costumes das festas Juninas, como por exemplo, as comidas típicas, bebidas quentes e a fogueira. E não devemos recear diante desse gosto, pois pode estar no nosso passado a relação que temos com essa festa que é em sua origem a celebração do Solstício de Verão no hemisfério norte.
Origem Histórica
A festa que originalmente comemora o solstício de verão no dia 24 de junho no hemisfério norte, foi transformada em uma comemoração cristã na Idade Média, e batizada como Festa de São João. A data escolhida pela igreja católica para marcar como nascimento de São João Batista (aquele que purificava os judeus pecadores no Rio Jordão) não foi ao acaso. Na cultura pagã, em diversas ocasiões os elementos água e fogo são utilizados para a realização de purificação, através de banhos, infusões, queimas e outros. Já o simbolismo bíblico de João (o purificador) é o mesmo dos elementos água e fogo no paganismo, que pode ser constatado até mesmo nos evangelhos pelas palavras do próprio “Eu utilizo a água, mas aquele que vier depois de mim batizará com o fogo”. Com essa relação, era possível que a igreja realizasse a transição religiosa de pagãos à cristãos, sem que sofressem grandes impactos culturais, e dessa forma aceitassem as mudanças sem questionamento.
A igreja católica no concilio no ano de 452, reuniu bispos da França e Itália para combater costumes pagãos, declarando a repressão cultural com afirmações como a seguinte: “Que ninguem, na festa de São João ou determinadas solenidades ligadas aos santos, se dedique a observar os solstícios, as danças e os cantos diabólicos”.
Com o passar do tempo, a purificação pela água foi eliminada pela igreja, mas a tradição da fogueira foi mantida e o costume de pulá-las em busca de purificação é realizada até a atualidade com outras motivações.
Sobrevivendo ao tempo
Mesmo que combatidas ferozmente pelas cruzes da igreja, as fogueiras pagãs resistiram ao tempo. As manifestações Pagãs da festa resistem e vivem em outras culturas pelo mundo, mesmo que discretamente. Na França, às margens do rio Loire, eram promovidos banhos ritualísticos para eliminar energias negativas, realizando assim, a purificação do corpo. Nessas ocasiões, também era possível observar as barcas em chamas, que podiam ser vistas pelo rio purificando pelo fogo.
Em alguns outros lugares, as tradições mágicas do paganismo anteriormente realizadas no solstício de verão, sobrevivem e são praticadas sob mascaras e nomenclaturas cristãs. Como por exemplo, a tradição de beber o “orvalho de São João” com o objetivo de que esse fluido pudesse purificar as pessoas que o ingerisse. Em outra situação, moças se adornavam com flores vermelhas para dançar em torno do fogo, a fim de melhorar a sedução do futuro noivo. Aqui no Brasil, apesar de muito modificada, essa tradição é tida como danças de quadrilhas em torno das fogueiras e casamentos cênicos. E por último, vale citar também que no leste da França, resistia o costume de arremessar guirlanda de palha em chamas, simbolizando a roda do ano, do alto das colinas para que fosse possível a purificação e fertilização do solo pelas forças masculinas do Sol sobre a Terra.
No fim das contas, mais uma vez, concluímos que não importa quanto tempo e espaço nos distanciam dos nossos antepassados pagãos. Pois constantemente estamos revivendo em nossos corações aquilo que é mais importante, que é o sentimento antigo vivo na atualidade. Vivemos o contato direto com as nossas origens pagãs, mesmo que disfarçadas com máscaras do presente. O passado revive em nossa essência, trazendo no frio de junho a lembrança do calor da roda nórdica que atravessou os séculos.
André Correia é psicólogo clínico e bruxo andrecorreiapsi@hotmail.com
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Agradecimentos
Pessoal,
Quero agradecer a presença de todos nessa 5ª Edição da Conferência de Wicca.
O evento foi muito lindo e superou todas as minhas expectativas.
Meu muito obrigado a todos os palestrantes que doaram o seu conhecimento e energia e a todos os participantes que reservaram um pouquinho do seu tempo para fazer desta edição da CWED um evento inesquecível.
Estar com todos vocês em um final de semana tão mágico é sempre muito gratificante.
Estaremos juntos também em 2010!
Bênçãos de Ísis,
~Claudiney Prieto
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Sob o véu de Ísis
Esta edição da CWED é dedicada a Ísis, uma das maiores e mais importantes Deusas que conhecemos. Celebrada inicialmente no antigo Egito, teve Seu culto rapidamente espalhado para a Ásia Menor, Bretanha e Europa, adquirindo assim de diversas outras Deusas, rendendo-lhe o título de Senhora dos Dez Mil Nomes. Ela é a Grande Mãe e Senhora de todas as coisas, Guardiã de todos os Mistérios.
Seu mito nos conta que Ísis era a personificação do poder dos faraós, de modo que Seu nome era escrito com o hieróglifo do trono. Ao lado de seu amado e irmão Osíris, ensinou aos homens as artes da tecelagem, do cultivo do solo e da medicina. Juntos, eram governantes honrados e justos, amados por todo o Seu povo. Tamanho carinho e popularidade causaram inveja e rancor em seu irmão Seth, que nunca se conformara por não ter ser o real governante.
Consciente das más intenções de Seth, Ísis procurava sempre permanecer alerta para proteger Osíris dos planos de Seu irmão. No entanto, um certo dia, Osíris decidiu realizar um enorme banquete em Seu reino, para o qual todos foram convidados, inclusive Seth. Tendo esperado durante muito tempo por uma oportunidade para tomar o lugar de Osíris, Seth preparou uma armadilha da qual Osíris não conseguiu escapar.
No dia da festividade, diante de toda a corte, Seth pôs-se a dizer maravilhas acerca de um sarcófago que havia ganho, feito com a mais nobre madeira, pintado com as mais belas cores e ricamente adornado com ouro. Logo, todos estavam curiosos para ver de perto tal obra de arte, pedindo a Seth que trouxesse o agora famoso sarcófago ao salão. Satisfeito com o bom andamento de seus planos, Seth prometeu que ofereceria o regalo àquele que coubesse nele.
O que ninguém sabia era que Seth havia construído o sarcófago com as medidas de Osíris, de modo que este seria o único a caber perfeitamente lá dentro. Assim, quando Osíris entrou para experimentar o sarcófago, seu corpo ajustou-se perfeitamente à urna. Os guardas de Seth rapidamente o prenderam lá dentro e o levaram, para atirá-lo às águas do Nilo. Tendo sido previamente rendidos por Seth e seus ajudantes, os presentes nada puderam fazer para evitar o triste destino de seu verdadeiro governante.
Tomada pelo desespero, Ísis pôs-se a chorar por seu amado. Ela cortou Seus cabelos e vestiu-se com as cores do luto, passando a vagar por todo o Egito à procura do sarcófago contendo seu corpo. Durante dias e dias, Ela seguiu em Sua busca, sem sucesso, até chegar às terras de Biblos, onde rumores acerca de uma esplêndida árvore que havia nascido junto às margens do rio.
Ísis logo concluiu que o sarcófago havia deixado as águas e feito a árvore crescer maravilhosamente. Nutrida pela presença divina de Osíris, a árvore tornara-se tão grande que o rei de Biblos havia utilizado sua madeira para a construção de um palácio.
Disfarçada como uma das amas do filho da rainha, Ísis passou a visitar Osíris todos os dias, conseguindo, finalmente, levar consigo o sarcófago com seu corpo, oferecido como presente pelo Rei ao descobrir que tão poderosa Deusa havia estado em seu reino.
Ísis seguiu em viagem rumo ao Egito, agora levando consigo o corpo de seu querido irmão e amado. Seu amor era tão grande que Ela não aguentou chegar até Seu destino, abrindo o sarcófago no meio do caminho para poder ver Osíris mais uma vez. Nos braços da Deusa, ele parecia estar apenas dormindo. Ela o abraçou, beijando-lhe os olhos e, embalando-o, chorou lamentos de dor, revelando a profunda tristeza que guardava Seu coração.
Ao aproximarem-se do Delta do Nilo, Ísis escondeu o enorme ataúde próximo aos pântanos do Delta, para que protegessem Osíris contra todos os perigos. Entretanto, Seth acabou descobrindo o sarcófago numa das noites em que saíra para caçar naquela região. Furioso, ele partiu o corpo de Osíris em 14 partes e as espalhou por todo o Egito, afim de evitar que Ísis tentasse novamente trazê-lo à vida.
Mais uma vez, Seth havia tentado destruir Osíris. Entretanto, o amor de Ísis, maior e mais forte do que o rancor de Seth, a levou novamente à busca por seu amado. Ao lado de Sua irmã Néftis, ela novamente partiu em busca por Osíris, reunindo, após longos e dolorosos anos, pedaço por pedaço, erigindo altars em agradecimento em cada um dos lugares em que as encontraram. Dos quatorze pedaços do corpo de Osíris, apenas treze foram encontrados – o pênis do Deus havia sido infelizmente devorado por um peixe que habitava as águas do Nilo, e não existia mais.
Ísis criou um pênis de Ouro, e, após juntar as partes do corpo mutilado de seu irmão, o embalou em fino linho, tornando-o a primeira múmia. Ela então entoou uma canção profunda e poderosa, e, fazendo crescer longas asas em Seu corpo, cobriu-o, embalando-o no mais poderoso dos abraços, soprando-lhe a vida, para que Hórus pudesse ser concebido.
A vida do Rei nunca pôde ser completamente restituída, de modo que ele não pôde mais governar as Terras do Egito, tornando-se o Rei do “Lugar que fica além do Horizonte Ocidental” – o soberano das terras dos Mortos, onde os ramos de Trigo cresciam a muitos metros do chão, abençoando àqueles que ali chegavam com a nova, eterna vida.
Lulu Saille é Sacerdotisa da Tradição Diânica Nemorensis, mora na Alemanha com seu marido Fabian e a pequena Princesa Sophie
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Costumes do Antigo Egito
Vamos agora conhecer um pouco mais dessa antiga civilização que há muitos milênios vem encantando gerações pelos seus mistérios.
Conheceremos um pouco de sua escrita, cosmetologia, culinária e costumes.
A ESCRITA
A língua egípcia é uma língua morta, mas que por milhares de anos foi usada por esse povo. Sua língua não só era utilizada para a comunicação do dia-a-dia, registros reais ou textos como também uma forma de magia.
Segundo as crenças egípcias os segredos dos hieróglifos teriam sido entregues pelo deus Tehuti (Toth). Os egípcios chamavam sua língua de medunejter, que quer dizer: palavra sagrada.
Logo abaixo temos o alfabeto egípcio para que possamos escrever nossos nomes e também um exemplo simples de encantamento de proteção.
Se colocar seu nome dentro do cartucho, você terá um tradicional amuleto de proteção egípcia, basta consagrá-lo. Veja o exemplo como ficaria o nome Diana.
Além disso, vejamos algumas palavras em antigo egípcio para que possamos conhecer um pouco mais da língua falada na época dos antigos faraós.
Kemet = negra (o nome do Antigo Egito) Dsheret = vermelha (o deserto)
Netjer = deus Netjeret= deusa Hotep = paz, satisfação
Nefer = belo, bom Nefert = bela, boa Neferu = belos, bons
Nefer duait = bom dia Nefer mecheru = boa tarde Nefer kaui = boa noite
CULINÁRIA EGÍPCIA
Os egípcios tinham uma alimentação que hoje sabemos ser muito equilibrada, afinal eles eram amantes da vida e como tal cuidar-se é importante. Lembre-se sempre que nosso corpo é nosso templo sagrado e deve ser preservado.
Os egípcios consumiam em geral, peixes, frutas, carnes, verduras, legumes e cereais.
Para beber os egípcios apreciavam muito a cerveja e o vinho. A cerveja inclusive tem origem egípcia, porém o seu sabor e textura é bem diferente da cerveja que conhecemos atualmente. O vinho era geralmente feito de tâmaras, só com a chegada dos gregos que os egípcios passaram a produzir vinhos com uva.
COSMETOLOGIA
Os primeiros indícios de maquiagem datam do Antigo Egito, e simplesmente é o batom que hoje conhecemos, porém esse era feito de óxido de ferro. Além disso, os egípcios aprenderam a usar diversos materiais para a confecção de maquiagem, como minerais e pedras.
Muitas dos costumes da maquiagem de hoje em dia são de origem egípcia, como por exemplo, delinear os olhos, pintar as pálpebras, os lábios, as bochechas.
Outro fator curioso é que o perfume também teve origem no Antigo Egito, com os sacerdotes que produziam nos templos os óleos aromáticos utilizados para unção ritual deles próprios e das estátuas. Os egípcios consumiam muito óleos aromáticos para perfumarem seus corpos e protegerem-se do calor escaldante do dia.
Uma das primeiras mulheres a escrever um livro sobre cosméticos foi Cleópatra, a famosa ultima rainha egípcia da época ptolomaica. Em seu livro podemos encontrar aplicações de argila na face, massagens corporais com óleos aromáticos, banhos de leite de cabra, dentre muitas outras curiosidades dos costumes de beleza das mulheres do mundo antigo.
Espero que essas poucas informações ajudem aos buscadores encontrarem os caminhos corretos para seus estudos.
Jameku khet ne Netjeret!
Abençoados sejam povo da Deusa!
Nefersaaset (Andrei Cesar) é estudioso da cultura egípcia, filho de Aset (Ísis) e adora traduzir hieróglifos.
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Biscoito… Um costume ritual egípcio
Os primeiros registros existentes sobre o preparo de biscoitos estão ligados à época dos faraós, no antigo Egito, quando os homens descobriram que, do trigo cultivado às margens do rio Nilo, poderiam fazer uma massa que se tornava mais saborosa depois de aquecida.
Os biscoitos eram assados em fornos rústicos e moldados com formas humanas ou de animais, para serem oferecidos às divindades. Os egípcios acreditavam que dessa forma teriam chuvas e solo fértil o ano inteiro.
O hábito de produzir biscoitos estendeu-se aos poucos para outras regiões do Mediterrâneo e do Oriente Médio. Os assírios, os babilônios e os gregos também costumavam evocar seus deuses oferecendo-lhes biscoitos de trigo e mel.
O chocolate, o café e o chá eram bebidos sem adoçante, portanto, conservaram certo gosto de amargo. O rápido desenvolvimento das três novas bebidas foi, por isso, acompanhado por um crescimento paralelo do consumo de açúcar: aumentaram progressivamente o número de pratos doces como os biscoitos doces.
Mas foram os franceses que, ao longo dos séculos, descobriram novas técnicas para produzir biscoitos. A principal delas consistia em assar a massa duas vezes. Assim, a umidade se reduziria bastante e o período de conservação seria maior. A França também introduziu o uso do açúcar na receita, com o surgimento das primeiras máquinas a vapor para refino do açúcar. Foram essas inovações que permitiram ao biscoito chegar às mesas das famílias do mundo inteiro.
Curiosidade:
A palavra biscoito originou-se do francês “biscuit”, que significa “assado duas vezes”, e surgiu, inicialmente, pela necessidade de se conservar o pão por mais tempo. Depois que estivesse assado, acrescentavam-lhe alguns condimentos e assava-se novamente. Isso nos leva a concluir que os primeiros biscoitos da humanidade eram na verdade pães assados por duas vezes, aumentando desta forma a conservação do produto. Essencial para suprir as necessidades alimentícias dos guerreiros e exploradores durante longas viagens.
Biscoito de Mel aos Deuses…
Ingredientes
6 ovos
1 copo de açúcar
1 copo de óleo
450 g de mel
7 copos de farinha de trigo
2 colheres (de chá) de bicarbonato de sódio
Preparo
Bata os ovos, o açúcar, o óleo, o mel de 5 a 7 minutos. Acrescente vagarosamente a farinha de trigo e o bicarbonato de sódio. Deixe ficar na geladeira durante a noite. Modele em bolinhas e achate-as com os dedos. Espalhe-as em assadeira polvilhada com farinha de trigo e asse em forno moderado de dez a quinze minutos. Molde de forma animal ou humana.
Dica
Enfarinhe as mãos quando formar as bolinhas. Para dar aos biscoitos uma casca torradinha, salpique a misture de farinha de trigo e açúcar na mesa e role a massa nesta mistura.
Ferris Noland é dedicado da Tradição Diânica Nemorensis, mora em Brasília e desenvolve um trabalho na área da gastronomia pagã que está conquistando adeptos em todo Brasil.
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